Concurso de pessoas: quando mais de uma pessoa participa de um mesmo crime

  • Última modificação do post:16/03/2025
  • Categoria do post:Direito Penal / IA
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No Direito Penal, é comum que um crime não seja praticado por apenas um indivíduo, mas sim por várias pessoas que agem em conjunto. Essa situação é chamada de concurso de pessoas e ocorre quando há colaboração de duas ou mais pessoas para cometer um delito. Mas como o Direito Penal brasileiro enxerga essa cooperação, e quais são as consequências para cada envolvido?

O que é concurso de pessoas?

O concurso de pessoas surge quando duas ou mais pessoas unem esforços para a prática de um crime. A lei reconhece que, ao agir em grupo, os envolvidos podem causar um dano maior ou facilitar a execução do delito. Por isso, entender a maneira como cada participante contribuiu para o resultado é fundamental na hora de determinar a pena e a responsabilidade de cada um.

Existem, basicamente, duas formas principais de envolvimento:

  1. Coautoria: quando duas ou mais pessoas participam de forma relevante na execução do crime. Cada um, a seu modo, contribui diretamente para o resultado. Por exemplo, dois indivíduos que entram em uma casa juntos para realizar um furto, dividindo tarefas (um vigia a porta, o outro pega os objetos).
  2. Participação: quando alguém, sem executar diretamente o crime, auxilia ou instiga outros a praticá-lo. O participante não comete o ato principal, mas colabora de maneira efetiva, seja dando suporte, informações, incentivando o crime ou fornecendo recursos materiais.

Requisitos para o concurso de pessoas

Para que se reconheça o concurso de pessoas, a doutrina e a jurisprudência costumam apontar três requisitos principais:

  1. Pluralidade de agentes: precisa haver mais de uma pessoa realmente envolvida na prática do delito.
  2. Relevância causal: a contribuição de cada agente deve ter alguma importância no resultado final. Se a ajuda for irrelevante, a pessoa não pode ser responsabilizada por aquele crime específico.
  3. Vínculo subjetivo: é necessário haver um acordo ou uma convergência de vontades, ainda que seja algo rápido e informal. Se um agente atua sem saber que o outro também está cometendo um crime, não há concurso de pessoas.

Consequências na aplicação da pena

Em regra, tanto o coautor quanto o participante respondem pela totalidade do crime, embora a participação geralmente possa ensejar uma pena menor, dependendo da extensão da contribuição para o resultado. A lei leva em conta o grau de envolvimento de cada agente para decidir se a pena será aplicada de forma integral ou atenuada.

Além disso, existem hipóteses em que a própria lei prevê causas de aumento de pena quando várias pessoas agem em conjunto, entendendo que o perigo à sociedade pode ser maior. Em contrapartida, se a colaboração de alguém tiver sido muito pequena, há a possibilidade de reconhecimento de uma participação de menor importância, resultando em pena reduzida.

Por que conhecer o concurso de pessoas é importante?

Saber diferenciar coautoria e participação é essencial não só para a aplicação correta da lei, mas também para que ninguém seja responsabilizado de maneira injusta. Profissionais do Direito precisam analisar com cuidado a conduta de cada envolvido, garantindo que as penas sejam proporcionais à contribuição individual no crime.


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